quinta-feira, 11 de abril de 2013

Rolos e encrencas




Isso não é uma praga, mas se eu estivesse matriculado em uma pós-graduação, juro que prestaria atenção nestes dois parágrafos. Uma terça-feira de um mês insignificante qualquer, quando você estiver de ressaca de uma noite mal dormida devido a uma gastrite reincidente, justamente aí você vai conhecer o significado da palavra "bug", uma "paradinha" que implica na "paralisação" do seu computador por uma instalação automática do Windows que deu problema somente para os usuários do Brasil. Não adianta se esconder na calota polar: o bicho vai farejar a sua brasilidade do mesmo jeito e mais: provavelmente vai adivinhar que você é um pato total em termos de máquinas de qualquer porte ou natureza, que terá um encontro com sua orientadora em duas horas para apresentar os avanços de um capítulo encravado, que o seu último backup foi feito há coisa de dois meses e que os seus socorristas habituês estão no mais paradisíaco dos países, mais ou menos 8 mil quilômetros ao sul.

Se der sorte, mas sorte, muita sorte mesmo, antes de tomar veneno de rato, vai lembrar dos arquivos enviados para os colegas na véspera, correrá para a biblioteca da universidade onde há computadores disponíveis, encontrará a professora mais cordial do que nunca, será elogiado pelo trabalho que agora está quase-mais-ou-menos e ainda vai conseguir ser instruído remotamente por um dos seus sempre explorados e gentis amigos. Para completar o milagre, descobrirá por sua conta e risco que no seu computador o "abra-te sésamo" é a F11 e não a F8, como está publicado na comunidade de vítimas da Microsoft, optará por um triz por fazer um backup no módulo de segurança antes de recuperar o sistema (e fuder com tudo), e ainda chegará em casa a tempo de comer, tomar banho e ir assistir Aida - a primeira ópera da sua vida. Conto essa parte depois.