Fotos: Deire Assis
Para fazer uma recepção memorável,
primeiro é preciso montar uma cuidadosa lista de convidados,
sem direito a negligenciar detalhe algum:
empatia de cada um com todos os demais,
distância em encontros que assegure uma saudade maturada
e economia na quantidade de convidados,
de modo que o convite sinalize
inconteste bem-querer.
Depois é preciso fazer que esse dia seja desejado.
Para isso, às vezes, basta suscitar uma troca de e-mails
entre todos e sempre com cópia para os demais,
com amplas possibilidades de que histórias novas
sejam mescladas a fatos antigos
e o gosto pelo texto bem escrito e espirituoso
marine a riso a hora do encontro.
No dia, prepare a casa com o maior esmero:
velas, talheres, guardanapos, música...
tudo deve expressar bom gosto e acolhida.
Mas a comida, claro, é o centro do evento.
De cara, exubere nos acepipes:
pães, patês e muitos, muitos canapés
em consistências, combinações, cores, disposições e sabores tais
que façam os convidados sempre hesitarem
sobre o bocado seguinte a ser degustado.
Durante toda a recepção, encontre a medida certa
entre organizar e desfrutar o evento.
É sua a decisão da hora de cada rito
mas, para ser inesquecível,
é mister saber fazer o outro livre
a ponto de tomar iniciativa e fazer coisinhas
que transformem o evento “de seu” em “de cada um”.
Mas tudo isso não vale nada,
se não se souber abrir o peito e a morada,
como quem abre o corpo à pessoa amada,
fazendo da uma refeição uma noite de amor.