sexta-feira, 28 de maio de 2010
"variações" quali-quanti
Já passou uma semana da entrega do primeiro exercício de Métodos e Técnicas de Pesquisa, a respeito de abordagens quantitativas e eu ainda me sinto algo assim entre bêbado e mareado. Todo o negócio começa pela compreensão de que mesmo um objeto qualitativo pode ser abordado quantitativamente, desde que a observação seja feita não do objeto propriamente, mas das variáveis que o compõe. No caso do nosso exercício, a pesquisa já havia sido feita, as variáveis estavam determinadas, os dados estavam tabulados no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) e guardados no CIS (Consórcio de Informações Sociais). Nossa tarefa era simplesmente cruzar todos os dados, identificar a significância estatística e a força de associação da intersecção de variáveis da tabela de contingências, com base na leitura do R de Pierson, do SIGMA, do LABDA ou do GAMA, dependendo do caso das variáveis serem discretas ou contínuas, nominais ou ordinais, entendeu?
É! Acho que eu também não... E o pior é que ainda fico com uma vontadezinha-quase-comichão de me meter nessa roubada de decifrar os enigmas das ferramentas quantitativas em aproximações de problemas do campo das Ciências Sociais.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Desimportantes exuberâncias
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Desfiando e tecendo
A preparação começou ontem: de manhã cedo liguei para a Sandra Face, uma amiga querida e agora metida a padeira, e encomendei um pão. Encarei o caos da Feira Hippie e, milagrosamente, encontrei Dona Candinha, uma doçura de gente que vende na feira os panos de pratos e adereços de cozinha que ela mesma concebe e cose. Escolhi um "bisaco" de saco de açúcar alvejado, desses que estão doidos pra serem bordados e, no fim da tarde, fomos a Aparecida de Goiânia buscar o pão... Rezende encontrou uma sacola de papel pardo, uma fita de cetim azul e escreveu, com letra de quem teve caderno de caligrafia, um recado bem mimoso em um cartão de craft nos nomes de nós quatro: Sandra, Candinha, ele e eu...
Da minha parte, queira oferecer mais o cheiro do que o próprio pão. E ele estava perfeito! O que eu não contava era que o vagabundo do porteiro não ia avisar a Rosi nem ao Israel... Resultado: o pão ficou na portaria até hoje de tarde, quando a defesa já tinha acontecido.
De alimento de preparação, virou comida de festa, porque a defesa foi um momento sublime, bruto e delicado. Com a Rosi hoje e com o Wolney um ano atrás, aprendi que é possível e desejável que se faça ciência em primeira pessoa, tornando público o lugar de onde falamos que, invariavelmente, é o nosso próprio corpo, em permanente luta e comunhão com os demais corpos que a vida nos faculta relar.
Enquanto espera um bucadinho para ter o prazer de ver as desfiandices e bordâncias da Rosi Martins, que estão em dores de parto, recomendo que dê uma passadinha de olho nas "Histórias com Dona Prizulina" do Wolney Fernandes (primeira dissertação da FAV/2009). De encher os olhos, afobar a respiração e abrir as porteiras de anjos e diabos que habitam em Santa Dica, Tereza Bicuda, neles, nelas e em nós.
sábado, 1 de maio de 2010
21. INVISÍVEL - E bem real
Pulga atrás da orelha; cheiro de gaveta de avó; apenas uma, entre dezenas de surras de infância remota; a certeza de que, cedo ou tarde, o computador vai comer um trabalho que você suou para fazer, acompanhada da sensação de que não fará outro tão bom quanto o que perdeu. Dúvida sobre as escolhas feitas; dúvidas sobre o que fazer agora; dúvidas sobre amanhã; coceira debaixo da pele; ferozes debates fantasiados em resposta a desaforos que ouviu e que não conseguiu responder na lata, fervidos no ódio mortal e justificado da leseira do próprio cérebro. Água já entornada em garganta seca; o arredondado do céu; cenas de uma história, até que a narrativa seja aprisionada em uma imagem fixa ou móvel e bem descritiva - nanismo das visualidades imaginárias.
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