sábado, 1 de maio de 2010
21. INVISÍVEL - E bem real
Pulga atrás da orelha; cheiro de gaveta de avó; apenas uma, entre dezenas de surras de infância remota; a certeza de que, cedo ou tarde, o computador vai comer um trabalho que você suou para fazer, acompanhada da sensação de que não fará outro tão bom quanto o que perdeu. Dúvida sobre as escolhas feitas; dúvidas sobre o que fazer agora; dúvidas sobre amanhã; coceira debaixo da pele; ferozes debates fantasiados em resposta a desaforos que ouviu e que não conseguiu responder na lata, fervidos no ódio mortal e justificado da leseira do próprio cérebro. Água já entornada em garganta seca; o arredondado do céu; cenas de uma história, até que a narrativa seja aprisionada em uma imagem fixa ou móvel e bem descritiva - nanismo das visualidades imaginárias.
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