"Para uso pragmático, ético e moral da razão prática" é um dos textos raramente curtos e frequentemente empolados e instigantes do Habermas que, se quiserem, ponho na minha lista afazeres para um dia desses falar sobre ele. Hoje o meu negócio é dá receitas e, por isso, lembrei do texto do Habermas que, não fosse a verve escalafobética do autor, se chamaria apenas "o que fazer".
Fazer listas encabeça de longe os meus protocolos de como lidar com o caos em qualquer campo. Há uma tira de papel e uma caneta sobre o microondas para anotar os produtos que faltam na cozinha; uma lista na minha mesa-mochila-bolso com as coisas que eu vou ou deveria fazer; outra no meu meu computador sobre os textos que eu preciso ler; só para falar das mais regulares e parrudas... E é claro que essas listas não servem pra nada: no supermercado sempre me dou conta que a lista foi abandonada em cima do microondas e as minhas listas de afazeres e leituras têm o mistérios de só crescer, basicamente porque lá só entram as coisas que eu nunca leio nem faço.
Na verdade, menti duas vezes: faço algumas coisinhas dessas listas, sim, e tenho um prazer quase orgástico de transformar os traços em asterisco o que, no meu sistema, significa que o assunto foi resolvido, liquidado e não precisa mais sequer ser lido; e, segunda mentirinha, minhas listas servem pra alguma coisa sim: salva-me da obsessão (quase TOC) de achar que vou esquecer aquele produto, texto ou compromisso se ele não estiver na minha lista. Então eu escrevo lá e, pronto, esqueço, mas sem a aflição de achar que vou esquecer - o que é completamente diferente. Inútil, mas desestressante.
domingo, 28 de agosto de 2011
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