Nesses dias vou inteirar seis meses ou o meio do caminho da minha estada em Winnipeg, justo no tempo em que o inverno dá sinais de finitude, perceptível na luminosidade cada vez mais larga dos dias, no passo desacelerado dos transeuntes e nas primeiras águas de degelo no passeio público. Desde que cheguei, acordo para os lados de onde brota o sol, mas sinto que estou na minha sala em Goiânia, portanto mirando o Oeste e ainda não houve bússola que corrigisse este meu senso "mareado".
Nas tardes, quando o cansaço das leituras me tira da mesa de trabalho, um dos meus prazeres correntes é simplesmente ficar de pé e admirar a gente que parece voltar pra casa sob uma luz laranja, como a dos sóis de agosto no Planalto Central do Brasil. Hoje, completou a cena, esse moço com urgência de leitura, a ponto de não fechar o livro nem na travessia da rua, muito menos na segurança da calçada. A rapidez da minha consciência de que aquilo era belo e a lentidão da minha máquina permitiram apenas dois cliques, mas é como se dois cenários completamente distintos tivessem sido montados quando, na verdade, fora dados dois ou três passos, não mais, testemunhados através de um vidro ainda embaçado por cem ou mais dias ininterruptos muitos dígitos abaixo de zero.
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Isso foi muito "Commom people Reading, cadê Wolney que não viu isso!?Viu que vc precisa de uma super maquina, queria ver a carinha dele,uma foto antes e teria dado...parece um gatinho....dessas series de vampiros que a minha filha ama? Podia ser o Emmet Cullen do Crepúsculo...rsrsrs
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