sexta-feira, 29 de março de 2013
"E nesse dia branco..."
A memória é um dos meus muitos cavalos sem freios. Se me fosse dado impor-lhe rédeas, a vista da cidade na manhã de hoje, seguramente, não seria esquecida. Pela terceira vez, mais ou menos, deu-se aquela combinação de frio e humidade que cria bolinhas de neve pequenas e em quantidade suficiente para pintar de branco cada galho magro das árvores e arbustos nus pelo inverno rigoroso de tantos meses. Uma paisagem bonita de ver, ainda mais num dia com poucos carros e muito silêncio.
Bem diferente da colorida, quente e não menos bonita paisagem dos meus tempos de Jesus, nas ruas de São Bento e nas estradas do Brejo Velho e de Olhos d'Água. Isso mesmo: fui um quase ator de quase sucesso de peças sazonais, com talento suficiente pra ser o José do Natal e o protagonista da sexta da paixão. Há umas fotos por aí para contestar certa incredulidade tanto relativa à minha carreira teatral, quanto ao hoje inimaginável fato de eu não ter precisado de peruca para o Nazareno, porque era eu mesmo um cabeludo. Como elas não estão comigo, dependo inteiramente da sua fé e da sua imaginação.
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Eu sei que é verdade pois tenho muitas provas.
ResponderExcluirHoje também me lembrei das minhas vezes de Pilatos. Tempo do Grupo de Jovens na Vila Redenção.
ResponderExcluirE eu me lembrei das peças do Evangelho de Marcos, que pegaram você já na fase de Diretor Bíblico/Artístico, que tanto me encantaram e me fizeram mergulhar em águas mais profundas...
ResponderExcluirSuas lembranças nos atiçam nossas imaginações e nos permitimos construir as cenas como em um livro.Não preciso assistir ao filme....
ResponderExcluirSeu relato atiça minha imaginação e me permite construir as cenas como em um livro. Não preciso assistir ao filme,.....
ResponderExcluirWal eu sinto frio e solidão vendo as suas imagens , queria que essa neve te desse uma trégua ,amei essa de que memória é um cavalo sem freio...e eu sabia que vc poderia ser um ator talentoso!
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