sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ciranda de zelos























Dessa vez,
coube a Eliane,
a irmã número um,
que exala alfazema e madeira,
os cuidados das primeiras horas.

Quando minhas costas fendidas
ardiam em dor,
sentei na beira da cama
e pousei a cabeça no seu colo,
como um filho maior do que a mãe.

Já em casa,
descobri que, com os dedos,
ela faz revoada de borboletas,
encrespa os poros como capinzal em ventania,
vitaliza as sete camadas da derme,
aniquila cansaço, dor e coceira de cicatrização...

E, assim, já há algumas décadas,
nos serenamos reciprocamente,
certos de que os cuidados que nos deram papai e mamãe
são semente enraizada em nossos corpos e almas
e que a aventura da vida pode ser curtida sem sustos,
entre outras coisas, por que não somos sós.