sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ciranda de zelos























Dessa vez,
coube a Eliane,
a irmã número um,
que exala alfazema e madeira,
os cuidados das primeiras horas.

Quando minhas costas fendidas
ardiam em dor,
sentei na beira da cama
e pousei a cabeça no seu colo,
como um filho maior do que a mãe.

Já em casa,
descobri que, com os dedos,
ela faz revoada de borboletas,
encrespa os poros como capinzal em ventania,
vitaliza as sete camadas da derme,
aniquila cansaço, dor e coceira de cicatrização...

E, assim, já há algumas décadas,
nos serenamos reciprocamente,
certos de que os cuidados que nos deram papai e mamãe
são semente enraizada em nossos corpos e almas
e que a aventura da vida pode ser curtida sem sustos,
entre outras coisas, por que não somos sós.

4 comentários:

  1. Temos sim, sempre uns aos outros. Será isso que nos difere de outros em outros lares? Ou será a conciência disso que nos dá segurança e calmaria para viver em liberdade? A certeza do acolhimento na hora e medida certa.

    ResponderExcluir
  2. A paisagem de seu rosto
    Val de rês que deambula
    sem chegada, ao léu,
    a curtir a vida pela vida
    Rês que rumina sem pressa
    e passa instante de ternura
    entre o vento, a brisa e a ventania
    na placidez serena da candura

    Ah, como é bom ser, Valderez,
    teu irmão! Valsar na rês a mão
    e tirar som de poros e pelos
    a mitigar-te dores e vilania
    que em teu dorso batalharam

    ResponderExcluir
  3. "seu rosto", leia-se "teu rosto".
    robervallo@ig.com.br

    ResponderExcluir