As férias já terminaram, claro, porque o que é bom dura pouco... Mas ainda tenho coisas pra contar, começando pela saborosa convivência com Stela e Carla, tia e prima residentes em São Paulo, e que também estavam por aquelas paragens. O combinado é que nos encontraríamos no Janga, no chá-de-bebê do primogênito da Rafaela (que nasceu hoje e se chama João Vítor!), uma segunda prima, esta residente em Pernambuco, o que materializaria uma rara reunião de descendestes de filhas e filhos de quatro das oito irmãs e irmão da casa da minha avó, Liliu, a moça da foto acima.
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Painel em azulejo, do Brennand, visto de uma das muitas pontes que unem a Boa Vista ao Bairro Santo Antônio, no Recife |
O atraso do nosso vôo, entretanto, melou o encontro ou, visto por outro ângulo, reprogramou-o do domingo para a terça seguinte. Momento alto da dita terça foi a visita à oficina do artista plástico Francisco Brennand, octogenário, famoso há décadas, mas conhecido de conterrâneos como nós apenas há pouco – desencontro “normal” para descendentes de donos de engenhos desde as capitanias (como ele), com descendentes de donos de bodegas (como nós). Oxalá essas aproximações não sejam uma exceção ou episódio isolado, mas sinalizem um novo tempo para pernambucanos, brasileiros e humanos em geral oriundos do sul do mundo. Confesso que meu otimismo não chega a tanto, mas gozo com um prazer de classe o acesso às obras de Brennand, de Ariano Suassuna e de Cícero Dias, entre tantos, algumas delas sempre à vista e nunca antes percebidas.
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Esculturas localizadas próximo à saída da oficina do Brennand |
Entre seres fantásticos em profusão, fornos de cerâmica convertidos em galeria de arte, painéis de azulejo ladeando pontes de ferro, concreto e frevo, histórias de agora e de antes se mesclaram a relatos de cotidianidades que eu, particularmente, de certa forma recusava com um sorriso maroto, como quem escolhe manter no campo sagrado da mitologia, as sempre bem penteadas e maquiadas parentes de São Paulo, tal como os falos de Brennand, os cordéis de Ariano, e a memória dos canaviais que encantaram os franceses, desde os anos 1950, no verde inusitado das telas de Cícero Dias.
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Painel de Cícero Dias, instalado no vão central da Casa da Cultura, Recife, PE. |
Fotos: Walderes Brito
Querido eu nunca vou esquecer, em especial a galeria com os quadros , a cafeteria onde de jeito nenhum consegui fotografar uma escultura em especial (rs) e claro da CeA, mas lá na CeA não foi tão legal...afinal vcs não estavam lá!!Bj nos corações!Carla (uma dessas bem penteadas paulistas(adorei!)
ResponderExcluirTambém nos divertimos muito, Carla, e, eu particularmente, voltei decidido a fazer um módulo de fotografia de obras em arte em movimento (kkkk) - em nossa próxima viagem cultural (em Recife, Sampa ou paris - han? hum?), estarei um craque e não te deixarei na mão... (Wal)
ResponderExcluirPena não ter os acompanhado nesse lindo passeio cultural, com companhias ricas de informações a serem divididas. Também senti falta dessa parte da família que não poderam comparecer ao Chá de fraudas do meu bebê. Bem, o que importa é que desta vez, a Carla e a Tia Stela tiveram bons momentos e muito bem acompanhadas. Fico honrada por fazer parte deste vasto campo de boas lembranças, que é o seu blog! Parabéns pelas belas palavras, sempre tão bem aplicadas em seus textos. beijos... Prima Rafa
ResponderExcluirMas faltou a foto do falo, quer dizer! do Obelisco no quebra-mar, perto do marco zero...
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