Não sou nenhum primor em termos de memória. Pra
ser bem franco, sou um desastre: esqueço rapidinho coisas bem graúdas e, se há
algum esquema de seletividade desta área do meu cérebro, sua compreensão me é
completamente vedada até agora. Ainda assim, dias de embarque (como hoje!) me dão
a incrível sensação de déjà vu, prisão
no espelho ou coisa que o valha. Tenho certeza que já vivi exatamente isso e
não consigo não ficar um pouquinho frustrado de ver que a idade, embora traga
maturidade, também não faça milagres... No tempo que fiquei “só” no Aeroporto
de Guarulhos, antes de encontrar a Vanessa Correia (que me deu uma tarde de
carinho e companhia, em plena terça-feira paulistana) e depois de me despedir
dela para morar na sala de espera, vivi outra vez os dias de embarque de São
Bento para Cuba (1990) e de lá outra vez para Goiás (1992), primeiro para um
semestre de intercâmbio e depois para uma experiência de vida sem data para
terminar. Tenho consciência de que, como as outras, esta também será uma
experiência marcante. Sei que, mais tarde, ficarei feliz com isso, porém, assim
como a idade não me fez menos “cagão”, essas racionalizações são igualmente
estéreis. Todo desejo agora é de habitar a trivialidade do meu cotidiano em
Goiânia ou arquitetar rápido uma "normalidade possível" em Winnipeg.
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